Luciana Itanifè

São Paulo, Brasil

Sou Itanifè, nome iorubá que significa “a luz que aponta o caminho do coração” e que recebi em um ritual de Iemanjá. Sou uma mulher branca, mãe de três filhos lindos, artista, educadora e candomblecista. Gosto de ser artista, porque existindo assim posso ser o que eu quiser, do jeito que eu criar (e isso também consigo sendo professora de crianças pequenas). "A menina dos cabelos d'água" traz minhas primeiras ilustrações publicadas, e tenho a honra de estrear junto ao meu babalorixá Sidnei de Xangô, professor, meu mais velho, meu pai, mas sobretudo aquele que me reconheceu e me ensinou a nomear o mundo.

3 perguntas para Luciana Itanifè

O que você mais gosta no seu trabalho?

O que eu mais gosto no meu trabalho é criar o mundo que eu quero viver, o mundo que todas as crianças e pessoas grandes querem morar, tornar a imaginação tão viva, que dá até para entrar nela pela porta. Gosto de colorir, preencher, pintar, cantar, contar história, cozinhar, ouvir passarinho cantar, plantar, colher, pegar raio de sol e trocar brilho de olho com outras gentes que também tem brilho no olho pra trocar… Gosto de fazer da realidade sonho e torná-los reais. Sou artista e educadora e gosto muito de agir no mundo por meio da arte, essa é minha maneira de existir e r(existir) no mundo, sempre junto com os Orixás.

Qual talento você gostaria de ter?

O talento que eu mais gostaria de ter é um superpoder. Gostaria de poder fazer os adultos voltarem no tempo e nunca esquecerem da criança que foram antes de crescer e refazer todos os pactos sociais que nos paralisam, que nos fazem desamar, que fazem alguns ricos e a maioria pobre, que nos fazem escolher um caminho único e uma única verdade para afirmar. As crianças, assim como Exu, nos ensinam que sempre podemos recomeçar, que podemos voltar para encruzilhada e escolher, experimentar, seguir diferentes caminhos, sem medo de errar… Brincando, sorrindo e até chorando, as crianças são o que de melhor podemos ser.

Uma criança que te inspira e por quê?

É difícil falar de uma única criança que me seja inspiração. As crianças pretas, as crianças de terreiro me inspiram demais… São pequenos gigantes, carregam na cabeça a coroa de reis e rainhas que vieram de além-mar. Cada criança que conheci ao longo da vida me presenteou com um pedaço de mim mesma, cabe nelas toda a condição humana, cada criança carrega em si o mundo todo, e pode ser o que quiser, o que sonhar. Toda criança é uma artista nata e um cientista em ação, experimentando o mundo, suas leis físicas, suas cores e seus sabores, cheiros e brincar. Dedico todo o meu trabalho especialmente às crianças e mães pretas, quero viver junto, para com elas encontrar a paz do sono tranquilo, desses macios e aconchegantes que até fazem a gente sonhar.

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