Claire A. Nivola

Estados Unidos

Claire A. Nivola nasceu em Nova York, nos Estados Unidos, e escreve e ilustra livros voltados para as infâncias. Filha de pais artistas, teve contato com o desenho e com a literatura desde muito nova, e se apaixonou. É autora de "A Floresta" (Martins Fontes, 2021) e "Plantando as árvores do Quênia" (Edições SM, 2015), entre outros.

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3 perguntas para Claire A. Nivola

Se você não fosse humana, qual outra criatura (real ou mágica) gostaria de ser?

Para ser sincera, encontrei uma resposta a essa pergunta há algumas semanas. Estive em Vermont no verão, e durante minhas caminhadas pela estrada de terra, cheguei a um vale com campos abertos dos meus dois lados. Talvez por causa das correntes de ar que passavam por ali, o local estivesse cheio de andorinhas — deslizando pela superfície dos campos, voando por cima deles, pousando nos fios, mergulhando repetidamente em voos virtuosos. Mais abaixo, pela grama, os pintassilgos, essas minúsculas criaturas de um amarelo vibrante, voam em pares ou em grupos, coletando sementes e irrompendo em voos. Este pensamento me ocorreu, como a tantos outros: se eu pudesse ter uma segunda vida, gostaria de ser um pássaro. Não tenho dúvidas que, deixando as necessidades da biologia de lado, os pássaros se deliciam com a própria capacidade de voar. Não me diga que eles não gostam de como as correntes de ar os transportam ou que não sentem prazer com sua própria habilidade enquanto deslizam para pousar com uma precisão impecável em um talo de grama. Eles enfrentam um milhão de perigos. Suas vidas não são fáceis. Mas aquela alegria de brincar no ar! Certamente isso supera tudo o mais!

Qual parte de escrever e ilustrar você mais gosta?

A verdade é que eu gosto de tudo. Gosto de fazer livros porque isso envolve pensar, escrever, editar, planejar, rascunhar, pintar — e fazer de tudo isso algo que você possa segurar com as suas próprias mãos, abrir, ler, olhar. De formas diferentes, cada parte do processo é motivadora. Uma etapa que eu particularmente amo é trabalhar na escrita quando eu tive uma ideia e quando já tenho um rascunho daquilo. Para mim é como uma escultura, quando a forma está definida, mas ainda precisa ser refinada, afiada, simplificada, talvez lixada ou polida. A parte mais divertida provavelmente é aquela quando tudo está planejado e aprovado, e eu preciso começar a pintar as imagens finais a partir dos rascunhos detalhados do projeto. Aqui a minha mente, que antes estava tão ocupada, pode voar livremente: minha mão, segurando um pincel, e meu olho, escolhendo as cores, assumem o controle. Ouço um podcast ou uma música enquanto trabalho, e, se as coisas estão indo bem, estou absorta, fora de mim, uma condição perfeita para se estar.

Poderia nos contar sobre um dia normal na sua vida?

Isso pode ser entediante: eu sou uma incorrigível criatura de hábitos. Costumo comer o mesmo café da manhã e o mesmo almoço por anos a fio. Se tenho roupa para lavar ou se o quintal precisa ser varrido, sou grata por isso. As tarefas do dia a dia são “reais” e me ancoram nesse caráter rotineiro da própria vida. Eu me atualizo das notícias depois do café da manhã, e logo preciso dar um passeio. As notícias do mundo são tão, tão preocupantes: eu preciso mesclá-las aos sentimentos e humor do dia, deste dia, onde estou hoje. Eu tenho uma grande necessidade de me sentir conectada com aqueles que me importo. Se eles moram perto, a gente se encontra para uma caminhada. Eu mantinha contato por cartas — escritas à mão, com envelopes e selos — mas agora me correspondo por e-mail. Eu gosto de fazer amizades com gente de todas as idades: crianças, jovens, pessoas da minha geração, aqueles mais velhos do que eu. Se eu tenho um livro que me prende, me dou o luxo de ler na cama antes mesmo de me levantar de manhã. Eu faço minhas tarefas de bicicleta, uma forma de transporte eloquente que não causa dano nenhum ao planeta. Eu vou para a cama cedo.

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